Entrada franca!

Entre...pode entrar!!!! Vasculhe tudo!!!!! Se pelo menos durante alguns segundos você parar em algum texto para tentar compreender algo, tentar desvendar o campo semântico de alguma palavra ou até mesmo se emocionar...terei cumprido o meu papel.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Diálogo contemporâneo

Primeira tentativa - Oi! Poxa, agora não posso falar...estou numa reunião...ligo em dez minutos.
Não ligou!

Segunda tentativa - "Sua chamada será encaminhada para a caixa postal de..."
Desliguei!

Terceira tentativa - Fala, maluco..blz? Tô no trampo...o bagulho tá doido aqui...Bora tomar uns goró na night...tem umas mina pra gente...
A ligação caiu, quer dizer...

Quarta tentativa - Fala paixão da minha vida! Tô indo pro cursinho de inglês...deixa uma mensagem no orkut que eu respondo, tá! Ah...comenta minhas fotos...(risos)
Só resondi: _ Ok!

Quinta tentativa - Irmão, a bateria do meu celular tá morrendo e ainda preciso marcar a manicure...assim que chegar em casa eu retorno. Saudade!
Cansei de esperar...

Sexta tentativa - Meu filho, estava cochilando...você não sabe que essa é a hora da minha soneca da tarde? Mas fala...ligou por quê? Mamãe te ama, tá!
Sem comentários...

Sétima tentativa - Oi, migo, que bom que você ligou! Tô mal! Tá tudo acabado! Acho que vou morrer...ou matar aquele infeliz...ele me traiu com minha melhor amiga...tô indo pro terapeuta! Algum problema? Posso ajudar?
Após um estado de total ausência durante o monólogo, disse que tudo ficaria bem...

Sentei-me na rede que fica na varanda da minha casa. Olhei a lua - pairava - cheia, exuberante na sua solitude acompanhada de estrelas, cada uma lutando por um espaço ao seu redor. Senti-me tão próximo dela. Todavia, lembrei-me que pelo menos ela era, ainda, palco de tantas histórias cotidianas...não podia...essa proximidade não pertencia...não cabia. Fechei os olhos na tentativa de encontrar...encontrar-me naquela luz baça. Percebi, assim que meus olhos acordaram...percebi que as nuvens brincavam de pique-esconde com a lua. Não mais a vi...Levantei, fui até meu quarto,apaguei a luz, deitei, cerrei os olhos. Deixei o celular ao lado...quem sabe...Abracei o travesseiro. Senti no rosto uma leve brisa que desviava das grades da janela do meu quarto. Sorri! Não estava sozinho.


05/05/2010

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