Culpo-a por esses escritos
Não
Não os queria assim
Registro
Culpo-a por ter escolhido a mim
Corpo cristão
Resguardado
Chão
Armazém do pecado
Culpo-a por assim ser tão
Nunca pede nada
É sem hora - madrugada
Toma-me o tempo
Tempo que não é o meu tempo
Meu tempo - ontem
O dela - quando
Gosto do infinitivo
Sou particípio
Ela gerúndio
Subjuntivo
Imperativo
Ah, se ao menos fosse judia
Minha alma, eu acredito
Você , também, acredita...
Todavia
Enterneço-me por ser assim
Minha
Não direi sopro, o que causa em mim
Tudo bem
Você é quem manda
Ignição do meu dia
Diariamente
Chave mestra
Sim, também é guerra
Nem sempre concórdia
Quase sempre discórdia
Respeito
Respeita
Você - oceano - maresia
Eu - rio, riacho, lago - doce
Nós - poesia.
Entrada franca!
Entre...pode entrar!!!! Vasculhe tudo!!!!! Se pelo menos durante alguns segundos você parar em algum texto para tentar compreender algo, tentar desvendar o campo semântico de alguma palavra ou até mesmo se emocionar...terei cumprido o meu papel.
sábado, 29 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Pensamento branco
Gosto do silêncio
Gosto do vazio dele
do incômodo de sua presença
Assim como gosto da folha de papel
em branco
Diz-me tanto
Cabe tanto que
é a sua maior expressão
Encanta-me o impossível
Não a possibilidade do impossível
O imprevisível alicerça meu pensamento
Dá-lhe sopro
Dá-me vida na ausência dela
Domingo de Páscoa.
Gosto do vazio dele
do incômodo de sua presença
Assim como gosto da folha de papel
em branco
Diz-me tanto
Cabe tanto que
é a sua maior expressão
Encanta-me o impossível
Não a possibilidade do impossível
O imprevisível alicerça meu pensamento
Dá-lhe sopro
Dá-me vida na ausência dela
Domingo de Páscoa.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Escritos
Escrevo, sobretudo, por impulso
Alma inquieta
Sou todo impulso
Acordo na madrugada
Invado seu silêncio
Desafio-a sempre
Perco
Palavras - efemeridade semântica
Acorrentadas na sintaxe
Perdem-se no tempo
Mudam-se com o tempo
Esquecidas algumas
Vingo-me
Noutra esfera
Descontrole dela
Nada do que escrevo é verdade
Nada do que escrevo é espontâneo
Nada do que escrevo é necessário
Nada do que escrevo é límpido
Por que, então, escrevo?
Cretinos!
Acham que já não me perguntei...
Alma inquieta
Sou todo impulso
Acordo na madrugada
Invado seu silêncio
Desafio-a sempre
Perco
Palavras - efemeridade semântica
Acorrentadas na sintaxe
Perdem-se no tempo
Mudam-se com o tempo
Esquecidas algumas
Vingo-me
Noutra esfera
Descontrole dela
Nada do que escrevo é verdade
Nada do que escrevo é espontâneo
Nada do que escrevo é necessário
Nada do que escrevo é límpido
Por que, então, escrevo?
Cretinos!
Acham que já não me perguntei...
Aniversário
Primeiro embrulho: fralda
Segundo: nebulizador
Terceiro: travesseiro de plumas de ganso
Aparelho de pressão
Remédio para pressão
Complemento alimentar
Colchão casca de ovo...
...inexpressão!
Olhou em redor...
Expectativa!
Meio sorriso...
Alegria externa aparente
Felicidade alheia expressa.
Mirou o horizonte
Sentiu, pela vez primeira, saudade...
Na verdade...desejo...
Melhor...esperança.
Era o último embrulho...
...pesava...
...soro fisiológico.
Utilidades para a inutilidade, pensou.
Perguntou-se...
Onde estavam, meu Deus, os potes?
...e os panos de prato?
Nunca os quis tanto...
Nunca foram tão necessários...
...todavia...
Não os pertenciam...mais.
Segundo: nebulizador
Terceiro: travesseiro de plumas de ganso
Aparelho de pressão
Remédio para pressão
Complemento alimentar
Colchão casca de ovo...
...inexpressão!
Olhou em redor...
Expectativa!
Meio sorriso...
Alegria externa aparente
Felicidade alheia expressa.
Mirou o horizonte
Sentiu, pela vez primeira, saudade...
Na verdade...desejo...
Melhor...esperança.
Era o último embrulho...
...pesava...
...soro fisiológico.
Utilidades para a inutilidade, pensou.
Perguntou-se...
Onde estavam, meu Deus, os potes?
...e os panos de prato?
Nunca os quis tanto...
Nunca foram tão necessários...
...todavia...
Não os pertenciam...mais.
domingo, 16 de maio de 2010
Minha alma
Por que amanheço ao nascer sol?
Por que anoiteço ao pôr-do-sol?
Por que ele - o meu relógio orgânico?
Meu corpo - funcionário dele.
Minha alma - eclipse
autônoma
ar
tabela periódica
carnaval...na rua
eunuco
Minha alma
Minh'alma
Mina
Explosão.
Por que anoiteço ao pôr-do-sol?
Por que ele - o meu relógio orgânico?
Meu corpo - funcionário dele.
Minha alma - eclipse
autônoma
ar
tabela periódica
carnaval...na rua
eunuco
Minha alma
Minh'alma
Mina
Explosão.
Poesia
Não a poemas
Estrutura
Forma
Métrica
Branco
Livre
Decassílabo...
...corrente.
Sim a poesias
Papel em branco...
...e quanto não há de poesia nele?
E quantas poesias não ficarão presas nele?
Papel em branco
Sinonímia
Poesia liberta.
Estrutura
Forma
Métrica
Branco
Livre
Decassílabo...
...corrente.
Sim a poesias
Papel em branco...
...e quanto não há de poesia nele?
E quantas poesias não ficarão presas nele?
Papel em branco
Sinonímia
Poesia liberta.
domingo, 9 de maio de 2010
De volta ao começo.
Acordei cedo para os preparativos. Afinal, não é todo dia que se comemora aniversário. Assim que cruzei seu quarto percebi que o olhar era de busca, procurando algo que se perdeu em algum momento de sua vida, mas que acabava de encontrar naquele instante: eu. Todas as noites ela sentia essa perda...eu também. Era mais que necessário esse afastamento. Ela precisava disso. Eu necessitava.
Não dizia uma só palavra, mas para que palavras quando se tem o olhar. E que olhar!!! Precisava ser rocha nessas horas porque qualquer descuido um maremoto tomaria conta dos meus olhos. Quando miro todos os dias,ela, ali, parada... como a alegria, o amor, o medo...tudo isso transimito pelo seu olhar era tão nítido pra mim. Comunicáva-mos sempre pelo olhar. Eu sabia de suas inquietações, seus desejos seu mal humor. Todavia, seu olhar hoje era de pura expectativa. Parecido quando estamos sentados na plateia de um espetáculo e ainda não sabemos que universo irá nos surpreender quando as cortinas se abrirem. Mas ela sabia...ela sabia que eu nunca iria me esquecer do seu dia.
Assim que cruzei a porta, dei-lhe um beijo na testa e seus bracinhos já iam, como os gestos de um maestro, pedindo um abraço. Aquele abraço era o meu regogizo. Minha fonte de vida. Todas as manhãs, como o ritual do sol. Mas sempre único.
Peguei-a no braço para o banho. E como pesava. A cada dia parecia mais pesada... só no corpo. Alma ultraleve. Alma, de certa forma, já liberta num corpo em estado de letramento. Não há tempo marcado para o aprendizado. Tolas as teorias. Idiotas os teóricos. Nada entendem de alma.
E o banho foi especial, pois o dia era especial. Coloquei fralda limpa. Separei a roupa mais linda para a comemoração. E ficou! Linda! Coloquei-a sentadinha e em seu redor várias almofadas para alicerçar seu corpo...uma verdadeira ilha. Ilhada.
Sabia que ela não gostava de ficar com outras pessoas, mesmo que conhecidas. Estranhava, chorava...queria-me sempre. Queria-me de maneira grave, assim como a criança ao leite materno. Seu sustento. Vida. E para isso usava de algumas artimanhas. Eu até gostava disso. Queria-me como a praia ao sol num dia de verão e céu sem nuvens. Entretanto, naquele momento era necessário. Eu precivasa concluir os preparativos para a festa.
Não demorei. Comprei o bolo de que ela mais gostava. Chocolate. Bolo de chocolate com calda de chocolate e recheio de chocolate...tudo meio amargo. Só isso de amargo que ela gostava. Era sempre doce, mesmo quando não era. E não podia esquecer da vela...ficava muito chateada se não houvesse vela. Era como acender a vida. Comprei a vela de número dois.
Enfim, ficamos a sós. Coloquei uma bancada próxima a ela. Forrei com a toalha mais linda...cheia de flores. A primavera sempre a encantou. Retirei a fatia de bolo de dentro da embalagem.Uma fatia de bolo. Coloquei as velas no lugar, o chapeuzinho com elástico em mim e nela. Apaguei as luzes e cantamos juntos o parabéns. Havia certa dificuldade em aproximar as mãos, mas em alguns casos na vida a tentativa já é uma grande realização. E ela era a pura realização da vida... na minha vida.
Como era costume seu, apagou primeiro a vela de número menor, a de número dois, e por último a vela de número oito. Prometeu no dia em que completou cinquenta anos que a partir daquela data iria começar sempre pela vela de número menor. E há algum tempo esse gesto passou a ser o maior sentido da sua vida.
Não dizia uma só palavra, mas para que palavras quando se tem o olhar. E que olhar!!! Precisava ser rocha nessas horas porque qualquer descuido um maremoto tomaria conta dos meus olhos. Quando miro todos os dias,ela, ali, parada... como a alegria, o amor, o medo...tudo isso transimito pelo seu olhar era tão nítido pra mim. Comunicáva-mos sempre pelo olhar. Eu sabia de suas inquietações, seus desejos seu mal humor. Todavia, seu olhar hoje era de pura expectativa. Parecido quando estamos sentados na plateia de um espetáculo e ainda não sabemos que universo irá nos surpreender quando as cortinas se abrirem. Mas ela sabia...ela sabia que eu nunca iria me esquecer do seu dia.
Assim que cruzei a porta, dei-lhe um beijo na testa e seus bracinhos já iam, como os gestos de um maestro, pedindo um abraço. Aquele abraço era o meu regogizo. Minha fonte de vida. Todas as manhãs, como o ritual do sol. Mas sempre único.
Peguei-a no braço para o banho. E como pesava. A cada dia parecia mais pesada... só no corpo. Alma ultraleve. Alma, de certa forma, já liberta num corpo em estado de letramento. Não há tempo marcado para o aprendizado. Tolas as teorias. Idiotas os teóricos. Nada entendem de alma.
E o banho foi especial, pois o dia era especial. Coloquei fralda limpa. Separei a roupa mais linda para a comemoração. E ficou! Linda! Coloquei-a sentadinha e em seu redor várias almofadas para alicerçar seu corpo...uma verdadeira ilha. Ilhada.
Sabia que ela não gostava de ficar com outras pessoas, mesmo que conhecidas. Estranhava, chorava...queria-me sempre. Queria-me de maneira grave, assim como a criança ao leite materno. Seu sustento. Vida. E para isso usava de algumas artimanhas. Eu até gostava disso. Queria-me como a praia ao sol num dia de verão e céu sem nuvens. Entretanto, naquele momento era necessário. Eu precivasa concluir os preparativos para a festa.
Não demorei. Comprei o bolo de que ela mais gostava. Chocolate. Bolo de chocolate com calda de chocolate e recheio de chocolate...tudo meio amargo. Só isso de amargo que ela gostava. Era sempre doce, mesmo quando não era. E não podia esquecer da vela...ficava muito chateada se não houvesse vela. Era como acender a vida. Comprei a vela de número dois.
Enfim, ficamos a sós. Coloquei uma bancada próxima a ela. Forrei com a toalha mais linda...cheia de flores. A primavera sempre a encantou. Retirei a fatia de bolo de dentro da embalagem.Uma fatia de bolo. Coloquei as velas no lugar, o chapeuzinho com elástico em mim e nela. Apaguei as luzes e cantamos juntos o parabéns. Havia certa dificuldade em aproximar as mãos, mas em alguns casos na vida a tentativa já é uma grande realização. E ela era a pura realização da vida... na minha vida.
Como era costume seu, apagou primeiro a vela de número menor, a de número dois, e por último a vela de número oito. Prometeu no dia em que completou cinquenta anos que a partir daquela data iria começar sempre pela vela de número menor. E há algum tempo esse gesto passou a ser o maior sentido da sua vida.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Construção
Deu-lhe, o primeiro, dois filhos e um apartamento.
O segundo, o retorno de um dos filhos e uma pensão.
O terceiro, compras de supermercado, a contrução do terraço na casa nova...
...um condicionador de ar...
...uma televisão.
O amor?
Nunca quis conhecer
Não lhe dava nada...tirava-lhe...
Ele - o amor - alicerça almas
Cimento, areia, pedras e tijolos
Estrutura dela
Corpo salvo
Alma - sentinela...
...armada.
05/05/2010
O segundo, o retorno de um dos filhos e uma pensão.
O terceiro, compras de supermercado, a contrução do terraço na casa nova...
...um condicionador de ar...
...uma televisão.
O amor?
Nunca quis conhecer
Não lhe dava nada...tirava-lhe...
Ele - o amor - alicerça almas
Cimento, areia, pedras e tijolos
Estrutura dela
Corpo salvo
Alma - sentinela...
...armada.
05/05/2010
Diálogo contemporâneo
Primeira tentativa - Oi! Poxa, agora não posso falar...estou numa reunião...ligo em dez minutos.
Não ligou!
Segunda tentativa - "Sua chamada será encaminhada para a caixa postal de..."
Desliguei!
Terceira tentativa - Fala, maluco..blz? Tô no trampo...o bagulho tá doido aqui...Bora tomar uns goró na night...tem umas mina pra gente...
A ligação caiu, quer dizer...
Quarta tentativa - Fala paixão da minha vida! Tô indo pro cursinho de inglês...deixa uma mensagem no orkut que eu respondo, tá! Ah...comenta minhas fotos...(risos)
Só resondi: _ Ok!
Quinta tentativa - Irmão, a bateria do meu celular tá morrendo e ainda preciso marcar a manicure...assim que chegar em casa eu retorno. Saudade!
Cansei de esperar...
Sexta tentativa - Meu filho, estava cochilando...você não sabe que essa é a hora da minha soneca da tarde? Mas fala...ligou por quê? Mamãe te ama, tá!
Sem comentários...
Sétima tentativa - Oi, migo, que bom que você ligou! Tô mal! Tá tudo acabado! Acho que vou morrer...ou matar aquele infeliz...ele me traiu com minha melhor amiga...tô indo pro terapeuta! Algum problema? Posso ajudar?
Após um estado de total ausência durante o monólogo, disse que tudo ficaria bem...
Sentei-me na rede que fica na varanda da minha casa. Olhei a lua - pairava - cheia, exuberante na sua solitude acompanhada de estrelas, cada uma lutando por um espaço ao seu redor. Senti-me tão próximo dela. Todavia, lembrei-me que pelo menos ela era, ainda, palco de tantas histórias cotidianas...não podia...essa proximidade não pertencia...não cabia. Fechei os olhos na tentativa de encontrar...encontrar-me naquela luz baça. Percebi, assim que meus olhos acordaram...percebi que as nuvens brincavam de pique-esconde com a lua. Não mais a vi...Levantei, fui até meu quarto,apaguei a luz, deitei, cerrei os olhos. Deixei o celular ao lado...quem sabe...Abracei o travesseiro. Senti no rosto uma leve brisa que desviava das grades da janela do meu quarto. Sorri! Não estava sozinho.
05/05/2010
Não ligou!
Segunda tentativa - "Sua chamada será encaminhada para a caixa postal de..."
Desliguei!
Terceira tentativa - Fala, maluco..blz? Tô no trampo...o bagulho tá doido aqui...Bora tomar uns goró na night...tem umas mina pra gente...
A ligação caiu, quer dizer...
Quarta tentativa - Fala paixão da minha vida! Tô indo pro cursinho de inglês...deixa uma mensagem no orkut que eu respondo, tá! Ah...comenta minhas fotos...(risos)
Só resondi: _ Ok!
Quinta tentativa - Irmão, a bateria do meu celular tá morrendo e ainda preciso marcar a manicure...assim que chegar em casa eu retorno. Saudade!
Cansei de esperar...
Sexta tentativa - Meu filho, estava cochilando...você não sabe que essa é a hora da minha soneca da tarde? Mas fala...ligou por quê? Mamãe te ama, tá!
Sem comentários...
Sétima tentativa - Oi, migo, que bom que você ligou! Tô mal! Tá tudo acabado! Acho que vou morrer...ou matar aquele infeliz...ele me traiu com minha melhor amiga...tô indo pro terapeuta! Algum problema? Posso ajudar?
Após um estado de total ausência durante o monólogo, disse que tudo ficaria bem...
Sentei-me na rede que fica na varanda da minha casa. Olhei a lua - pairava - cheia, exuberante na sua solitude acompanhada de estrelas, cada uma lutando por um espaço ao seu redor. Senti-me tão próximo dela. Todavia, lembrei-me que pelo menos ela era, ainda, palco de tantas histórias cotidianas...não podia...essa proximidade não pertencia...não cabia. Fechei os olhos na tentativa de encontrar...encontrar-me naquela luz baça. Percebi, assim que meus olhos acordaram...percebi que as nuvens brincavam de pique-esconde com a lua. Não mais a vi...Levantei, fui até meu quarto,apaguei a luz, deitei, cerrei os olhos. Deixei o celular ao lado...quem sabe...Abracei o travesseiro. Senti no rosto uma leve brisa que desviava das grades da janela do meu quarto. Sorri! Não estava sozinho.
05/05/2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Processo
Meu eu-lírico insistia que eu escrevesse o amor...
...sobre o amor...
A cada tentativa da tinta no papel
Ele sussurava - o amor...o amor.
Era num tom grave
Urgente...
Urge o amor - dizia ele
E, certa vez, completou:
O amor entre os homens - urge o amor...
Perguntei-lhe:
Você é homossexual?
Respondeu-me nada!
Após 24 dias...
...uma carta bateu-me à porta.
DIzia:
Processo contra homofobia, constrangimento e danos morais.
Reclamante: Eu-lírico
E agora, ? (prefiro não citar nomes!)
Em quem confiar?
03/05/2010
...sobre o amor...
A cada tentativa da tinta no papel
Ele sussurava - o amor...o amor.
Era num tom grave
Urgente...
Urge o amor - dizia ele
E, certa vez, completou:
O amor entre os homens - urge o amor...
Perguntei-lhe:
Você é homossexual?
Respondeu-me nada!
Após 24 dias...
...uma carta bateu-me à porta.
DIzia:
Processo contra homofobia, constrangimento e danos morais.
Reclamante: Eu-lírico
E agora, ? (prefiro não citar nomes!)
Em quem confiar?
03/05/2010
Poema contemporâneo
Eu tenho
Tu não me interessa
Ele - Quem é?
Nós? O quê? Comprei com o meu suor...
Vós - os meus estão vivos
Eles que se danem!
E o você?
E você?
Você?
Cê?
?
Tu não me interessa
Ele - Quem é?
Nós? O quê? Comprei com o meu suor...
Vós - os meus estão vivos
Eles que se danem!
E o você?
E você?
Você?
Cê?
?
À espera de...
Estou sempre à espera de...
Mas não do nascer do sol
previsível
cotidiano
burguês
pragmático
funcionário
estabilizado
quinhentista
sólito
parnasiano
Não!
Estou sempre à espera de...
Mas do sol à meia-noite
líquido
gasoso
surrealista
não-gozo
des
rio com terceira margem
verso colorido
avesso do bordado
Clarice Lispector perdoando Deus
Estou à espera de...
Sempre!
E, às vezes, é tão...
Inesperadamente.
Agora!
Criação...
02/05/2010
Mas não do nascer do sol
previsível
cotidiano
burguês
pragmático
funcionário
estabilizado
quinhentista
sólito
parnasiano
Não!
Estou sempre à espera de...
Mas do sol à meia-noite
líquido
gasoso
surrealista
não-gozo
des
rio com terceira margem
verso colorido
avesso do bordado
Clarice Lispector perdoando Deus
Estou à espera de...
Sempre!
E, às vezes, é tão...
Inesperadamente.
Agora!
Criação...
02/05/2010
À noite
Espero-te como ao trem num dia de futebol
Com alma vestida de fevereiro
Com anseio de gestação...
...feto impaciente...
...aborto.
Decifra-me sempre
através de nuvens ou na ausência delas.
Mata-me diariamente
Dá-me sopro diariamente
Faz-me rir
Faz-me chorar...
...de rir.
Fragmenta-me a tua luz.
Atrai-me tua sombra-luz
que tudo pode...
Desconcerta-me o corpo
Desanuvia-me a alma.
02/05/2010
Com alma vestida de fevereiro
Com anseio de gestação...
...feto impaciente...
...aborto.
Decifra-me sempre
através de nuvens ou na ausência delas.
Mata-me diariamente
Dá-me sopro diariamente
Faz-me rir
Faz-me chorar...
...de rir.
Fragmenta-me a tua luz.
Atrai-me tua sombra-luz
que tudo pode...
Desconcerta-me o corpo
Desanuvia-me a alma.
02/05/2010
Alma
Tudo tão morto
Tudo tão sóbrio
Tudo parado
Ao meu lado ninguém
Ninguém ao meu lado
Tudo parado
Tudo tão sóbrio
Tudo tão morto
Falo de madrugada..
Frio na madrugada...
Frio da madrugada...
...congela...
...estado sólido...
...minha alma.
Ano: 2000
Tudo tão sóbrio
Tudo parado
Ao meu lado ninguém
Ninguém ao meu lado
Tudo parado
Tudo tão sóbrio
Tudo tão morto
Falo de madrugada..
Frio na madrugada...
Frio da madrugada...
...congela...
...estado sólido...
...minha alma.
Ano: 2000
Respeite
Não me diga ao certo
O modo correto do sentir
Meu casulo é meu mundo
Me dispo de trapos
Respeito teu lado
Respeite meu sóbrio momento do nada
Ah...nada...
O medo de sentir o fim da estrada
Talvez sentir o amor não seja nada
Não valha nada
Mas talvez sim.
Em mim...
...fim.
Ano: 2000
O modo correto do sentir
Meu casulo é meu mundo
Me dispo de trapos
Respeito teu lado
Respeite meu sóbrio momento do nada
Ah...nada...
O medo de sentir o fim da estrada
Talvez sentir o amor não seja nada
Não valha nada
Mas talvez sim.
Em mim...
...fim.
Ano: 2000
Mudo
Te vejo tão longe
Te sinto distante
Mas se te quero perto...não sei.
Neste mesmo intante
Que tudo acontece
Outra vez se repete...o medo.
A carta me diz
O que eu sempre quis
E ativa o desejo...o beijo.
Mas tudo é tão tudo
Desnudo minha alma
Ainda assim...mudo.
Te sinto distante
Mas se te quero perto...não sei.
Neste mesmo intante
Que tudo acontece
Outra vez se repete...o medo.
A carta me diz
O que eu sempre quis
E ativa o desejo...o beijo.
Mas tudo é tão tudo
Desnudo minha alma
Ainda assim...mudo.
Nada devo
A noite vem e me traz você
Traz meus sonhos
Traz respostas que eu não acredito
Não ouço, não ligo
Abrigo em meu coração a saudade
Verdade
Eu sempre quis
Desfiz
Metade
Estou cansado
Parado
Perdido
Indo
Vindo
Agora deitado na cama olhando o papel
Meus lábios soletram...
Meus lábios delatam...
Finjo que morro e nada pago
E nada devo ao meu coração.
27/06/2000
Traz meus sonhos
Traz respostas que eu não acredito
Não ouço, não ligo
Abrigo em meu coração a saudade
Verdade
Eu sempre quis
Desfiz
Metade
Estou cansado
Parado
Perdido
Indo
Vindo
Agora deitado na cama olhando o papel
Meus lábios soletram...
Meus lábios delatam...
Finjo que morro e nada pago
E nada devo ao meu coração.
27/06/2000
Nada talvez
Talvez eu te encontre
Talvez eu te ame
Talvez eu te chame
Talvez...
Talvez eu não saiba ou não queira viver você
Talvez é a certeza
É o meu momento
Talvez é o certo
Correto chamado
Meu trago
Insano, profano
Engano perfeito
No meu meu peito...
...nada.
27/06/2000
Talvez eu te ame
Talvez eu te chame
Talvez...
Talvez eu não saiba ou não queira viver você
Talvez é a certeza
É o meu momento
Talvez é o certo
Correto chamado
Meu trago
Insano, profano
Engano perfeito
No meu meu peito...
...nada.
27/06/2000
Assinar:
Postagens (Atom)